Bom dia!
Achei bem interessante a matéria abaixo divulgada na Folha. Fico me indagando que situação que tivemos que chegar... Oferecer desconto ou brindes para a pessoa se cuidar. É muito triste. Se fossem crianças, tudo bem... a criança não tem noção das consequencias de uma má alimentação ou do sedentarismo. As vezes atendo pessoas que ficam bravas comigo se EU retiro refrigerantes e doces... como se EU fosse ruim, e não quisesse o bem das mesmas. Lógico que não podemos generalizar... as pessoas estão mais preocupadas com a saúde. E, para concluir, a medida do plano de saúde só confirma que a nutrição saudável e a atividade física melhoram a qualidade de vida.
A seguradora sul-africana Discovery leva a sério a máxima "é melhor
prevenir do que remediar", extraindo dali uma lição econômica: clientes
mais saudáveis custam menos a um plano de saúde.
A empresa lançou, em 1997, o programa Vitality, que premia os hábitos
saudáveis de seus segurados por meio de milhagens semelhantes às das
companhias aéreas.
Atividades como ir à academia rendem pontos que podem ser gastos, por exemplo, na compra de alimentos ou em passagens de avião.
"Você poderia pensar que os benefícios de um estilo de vida saudável
seriam o suficiente para motivar as pessoas", diz à Folha Alan Pollard,
CEO do programa Vitality.
"O problema é que os benefícios se manifestam no futuro, enquanto o
comportamento saudável é visto como um custo imediato", afirma.
Dessa maneira, a iniciativa da firma funciona como espécie de força
externa para tirar segurados da inércia. São, hoje, cerca de 2 milhões
de membros, em países como África do Sul e Reino Unido.
Estudos feitos em parceria com pesquisadores da Universidade da Cidade
do Cabo e de Harvard quantificam os resultados do Vitality.
Custos médicos são 10% menores para os membros engajados no programa, em
comparação àqueles que não aderiram. Gastos hospitalares para doenças
crônicas são até 30% mais baixos.
"Compreender os dados abre caminhos para maior expansão do modelo do
Vitality", diz Adrian Gore, presidente-executivo da Discovery. A empresa
não tem planos de vir ao Brasil no curto prazo.
NO BRASIL
Também devido a peculiaridades de nicho, programas semelhantes ao
Vitality teriam de ser adaptados antes de ser implantados no Brasil.
O economista Wilson Rezende Silva, do GVsaúde, aponta que há uma relação de
curto prazo em que oferecer milhagens aos clientes pode não ser
vantajoso à empresa.
"Há uma troca muito frequente de planos de saúde", diz -o que
desestimularia uma empresa a investir, por exemplo, na divulgação maciça
que é necessária para incentivar a mudança de hábitos proposta pelo
plano.